vi/ às meta/

ontem o alinhamento das noticias no
telejornal, num deles, sei lá qual,
era uma noticia sobre o aumento da taxa euribor,
sobre o crédito mal parado, que está atingir records,
e depois sobre o aumento do uso de anti depressivos
e ansiolitos nas grandes cidades. Lisboa e Porto.
achei que o alinhamento era inteligente, oportuno.

nestes momentos sinto que andamos a viver pela
metade. mais preocupados com o Ter, do que com o Ser.
e quando páro para pensar nisto,
olho para toda a gente e toda a gente corre.


sinto como se tivesse saído do meu filme, e observo
a minha vida a passar.
vejo-me a correr sem grandes destinos, a apagar fogos
que nem são importantes, mas vou e apago, e vou a correr
para outro logo a seguir.

vejo-me a tentar filtrar prioridades, e a encolher-me
porque nao consigo tomar decisões, as que eu sei
que são as certas, mas que não saiem.
e mais uma vez, vivo pela metade.

tento ser eu. a pessoa que imagino que quero ser.
nem sequer a pessoa que imagino que sou... porque
são tantas máscaras, que ás tantas, perdemos a
total noção de quem somos.

e quando decido que quero ser a pessoa que
imagino que quero ser, volto a entrar no meu
filme e volto a tentar mudar as coisas.

ter um rumo, ter um destino, mas nao ter pressa
de lá chegar. ter tempo, saber gerir o tempo
que me resta, que nao sei quanto é, mas que
tenho que gerir, para nao me vir a arrepender
quando perceber que ele está a chegar ao fim.

acho que é nessas tentativas que vivemos
por inteiro. nas tentativas de melhorar.