que é irreversivelmente hetero,
e que eu assedio sem pudor algum,
falámos da questão da metrosexualidade,
em que ela me perguntava se as mulheres
podiam ser metrossexuais.
E eu respondia que não:
"as mulheres metrosexuais são as ‘maria rapaz’."
Acho que há medida que vamos crescendo é
que se percebe que isto de ser rapaz e
rapariga são coisas diferentes.
Isto porque se eles podem ficar na rua o
tempo que querem, do lado que nos toca,
só depois de arrumarmos a casa.
Ainda me lembro de quando as minhas primas
iam lá a casa de férias, e passavam o santo dia em casa.
Ou á janela ou a fazer sei lá o quê, porque eu estava na rua….
E elas diziam á minha mãe que eu era uma maria-homem.
A minha mãe berrava da janela para eu ir
para casa brincar com elas… e se na
altura eu já as odiava, hoje a coisa não está melhor.
De facto não sou uma maria – homem.
Porque não sou Maria de nome, e de homem não
tenho nada…. Quer dizer, talvez o gosto pelas mulheres….
Se os rapazes metrosexuais gostam de
cremes para a cara, para as mãos,
é tudo muito moderno, mas eu gostar
bastante de ferramentas já é mau.
Nas brincadeiras era a mesma coisa.
Nunca fui lá muito de bonecas,
nem de ficar em casa.
Tinha um lindo serviço de chá
em miniatura do qual gostava imenso,
mas preferia ir para a rua
jogar ao espeta, ou andar no
carrinho de rolamentos do meu irmão.
Mas voltando á questão dos rapazes e das raparigas,
há coisas que fica mal ás raparigas
e que são aceitáveis nos rapazes.
Porque são da natureza deles
serem assim e assado, e da nossa não.
Os gajos podem sem um porcos insensíveis, mas nós não.
Nós somos amáveis, delicadas, donas de casa,
independentes, sim, claro, até casarmos….
porque depois, só somos umas mulherzinhas.