farto-me de falar dos meus amigos.
hoje vou falar da minha "mana". toda a gente tem uma
"mana" que não é "mana".

conheço a sandra desde o 2º ano do ciclo. e foi com ela
que aprendi as primeiras asneiras.
depois mudamos de escola. e voltei a encontrá-la no
9º ano. foi uma festa.
nesse o ano a escrevemos juntas imensa estórias, e talvez tenha sido ela
a perceber que a minha 1ª paixão, foi a minha professora
de matemática (que me chumbou).
Graças à Sandra, passei a Francês. E graças a
ela, hoje não sou uma fumadora.

Depois voltámos a mudar de escola, mas mantinhamos
a ligação via CTT. aguardávamos imenso tempo pelas cartas,
mas lá íamos escrevendo uma à outra.
Depois descobrimos o nosso carteiro particular,
e até ao 12º ano lá o Rui nos trazia as novidades. Era mais
rápido e mais barato.

Entretanto nova separação.
Faculdade, as agruras de entrar, de sobreviver
a ela e sair da faculdade.
Procurar emprego, começar a trabalhar.
Ficamos sem saber uma da outra quase 5 anos.

E as cartas foram reduzidas a postais de aniversário,
postais de Natal e as postais de férias.
A ela fiz a minha 1ª saída do armário.
Mandei um postal dos EUA a dizer que era lésbica,
mas só quase 2 depois, quando a encontro por acaso
no comboio, vindas ambas do emprego,
ela descobriu que o postal era meu. (porque não entendeu a letra!)

E desde daí que nos mantemos em contacto diário via email.
frases curtas, mas conversas enormes.
raramente nos falamos ao telefone, e raramente nos encontramos
em Lisboa.
A minha amizade com a Sandra é baseada na palavra escrita.
e foi assim que ela me disse que está grávida.
parabéns mana!