terça-feira, setembro 28, 2004

esta posta é em comentário a uma posta da r.
na altura em que saí de casa, posso dizer que saí
desiludida com os meus pais, o meu pai em especial.
na conversa que tive com a minha mãe, disse-lhe qualquer coisa
do género:
"Tenho de optar...ou fico em casa, sozinha e vocês ficam felizes,
ou vou embora para ser feliz, e vocês ficam infelizes.
um dia, quando vocês partirem, não quero olhar para trás e
perceber que é tarde demais para eu ser feliz."

saí de casa com a convicção que o amor dos pais não
é aquilo que dizem ser. O amor dos pais, devia ser incondicional.
mas não é. Aprendi que o amor dos pais é egoista.

Temos a Masconte e a Estrunfina, e mais alguns resistentes que aqui
vêm ler o que se passa no 2º esquerdo, e para vocês que são pais,
tiro o chapéu, porque deve ser tramado amar um filho, mas ao mesmo tempo,
é um amor tão egoista esse que sentem por nós,
e que vos faz pensar que sabem sempre o que é melhor
para nós que nos desatina...
é um amor cego. e eu aceito esse amor.

O amor entre pais e filhos deve ser lixado, porque em qualquer relação
seja ela de amor, ou de amizade, procura-se sempre o equilibrio.
o dar e receber é como se estivesse equiparado...mas nesta coisa dos filhos
não está.

Acredito que os nossos pais nos amem muito mais que nós a eles.

Conclusão:
Um ano depois de ter saido de casa, conferi ao meu pai o estatuto de
Ser Humano. Aquele que erra. Aquele que é egoista.
É que os pais tentam sempre ser os melhores do mundo.
Omnipotentes. Omnipresentes. mais uns tantos Omni's que desconheço.
E por serem tantos Omni's, por vezes perdem a categoria de Humanos.

Acho que perdoei o meu pai, porque de certo modo percebi que ele
tentou o melhor. Ser o melhor. O amor dele deve ser mesmo grandioso...
mas é apenas um homem, e , por isso mesmo, não é perfeito.
mesmo que não me fale, mesmo que eu esteja morta para ele.
para mim, é o melhor pai do mundo.

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