sexta-feira, março 18, 2005

Amores impossíveis
eu já tive um amor impossível.
Um daqueles imaginários, com os melhores amigos e amigas, as professoras na escola, aquela pessoa que se sentava ao nosso lado no comboio, o primo, o melhor amigo do irmão mais velho, o irmão do namorado da vizinha do lado.

É mesmo assim, toda a gente cresce com amores mal resolvidos dentro de nós.
[Estes amores] são paixões assolapadas que nos fazem sofrer horrores quando não vemos o nosso amor, que nos faz corar quando nos cruzamos com ele, em que imaginamos estórias, erotizamos momentos, ficamos com a pele em galinha e culmina sempre na frase " e seríamos felizes para sempre".

Os amores impossíveis são cicatrizes na nossa histórias pessoal, como as quedas que demos em pequenos e que hoje orgulhosamente mostramos: "esta foi a andar de bicicleta", "esta foi quando aprendi a trepar às árvores" , "esta foi a brincar com o meu irmão" e por aí fora.

Os amores impossíveis vivem no nosso coração, juntamente com os ódios de estimação, daquela parva que se casou com o meu primo, ou do estúpido careca que se casou com aquela miúda tão gira, mas está guardado sem mágoas nem ressentimentos, e quando nos lembramos deles [dos amores] sorrimos e pensamos: "como foi possível?”

Os amores impossíveis são assim mesmo. Impossível vivê-los, impossível não tropeçar neles. Mas estão sempre a acontecer. Com dor ou sem dor.

Quando acontecem somos a dualidade em pessoa. Ora felizes, ora infelizes. Mas apaixonados.
Por isso, como dizem os radio macau:

brindemos aos meus amores

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